A Estrela Algol
e dua Companheira
H. J. SOUZA
Dhâranâ nº 5 – 6 – Novembro-1954 a Fevereiro-1955
– Ano XXIX
Assim como se processa a
evolução da alma – com o auxílio das rondas e respectivos reinos da Natureza –
desde a acídia ao homem mais perfeito, com a aquisição das mais elevadas faculdades
intelectuais, assim também, não se deve negar que esse mesmo homem está desenvolvendo
uma faculdade de percepção que já vai permitindo, digamos, aos mais adiantados,
perscrutar ratos e verdades muito além dos limites da visão ordinária.
Esta faculdade, muito mais do que em outros
quaisquer, manifesta-se, de preferência, entre astrônomos e químicos, por serem
verdadeiros MAGOS do Conhecimento atual, porém, INTUÍDOS – os mais avançados –
pelas grandezas naturais que transcendem das próprias ciências por eles CULTIVADAS
que, a bem dizer, são o ALFA e OMEGA dos conhecimentos humanos: o Mundo
Infinitamente Grande ou COSMOS, e o mundo do infinitamente pequeno. De outro
modo, a excelsa faculdade da INTUIÇÃO – para a qual já está caminhando, por
infelicidade, apenas uma pequena minoria dos homens, pois que outros de divina
estirpe, de há muito a possuem – como a primeira e mais sublime entre as três
faculdades da Mente, segundo afirmou Platão. Do mesmo modo que, A. Wilder, em seu
tempo, “o problema da vida é o homem”. Magia, ou antes, SABEDORIA, é o
conhecimento desenvolvido nas potências do Ser interior do homem, cujas forças
são outras tantas emanações Divinas do mesmo. A intuição é a percepção de tal
origem. E a Iniciação, o desenvolvimento do referido conhecimento.
Começamos, pois, com o instinto (ou simples
querer, que é – por sua vez – vontade latente), e terminamos com a onisciência.
Para demonstrá-lo, bastam os fatos tão
conhecidos, como o da descoberta de Netuno, realizado, simultaneamente, por
Adams, na Inglaterra, e Leverrier, em França, sem
necessidade de se servirem de luneta alguma,
valendo-se apenas das mágicas armas do cálculo matemático; a estrela companheira
de SÍRIO, realizada por Bessel, por idêntico processo; e até mesmo, o do “eka-aluminio” e do “eka-boro”,
que logo receberam os nomes de “gálio” e “escândio”, mediante a lei teosófica
da seriação e da analogia, havendo mesmo, na história da ciência, outro feito
tão assombroso, que é o do “astro-satélite” da estrela ALGOL, a “beta da constelação
de Perseu”.
A referida estrela – de segunda grandeza –
que quase não aparece em certas latitudes, por estar vizinha à POLAR, brilha
durante dois dias e meio, com esplendor uniforme, quase igual ao daquela,
porem, inesperadamente – como se passasse por uma crise estranha de fatalismo
cósmico – começa a esmorecer de modo tão ostensivo que, dentro de simples
quatro horas e meia, ALGOL já não e mais ao que uma estrela de quarta grandeza,
amortecida, quase apagada, sem que se possa explicar a causa, a não ser, peia
sua própria fatalidade, seja para consigo mesma, como para com aqueles que, na
Terra, a tomassem por “estrela guia”, o que não
deixaria, também, de ser “um vampirismo astral” dos mais funestos. Em outras
ocasiões, porem, que são as quatro horas que se seguem, tal estrelam toma o seu
antigo brilho por outros dois dias e meio, findos os quais o fenômeno novamente
se reproduz 2.
2 A referida estrela vibra na Terra através
de certas plantas e animais, como por exemplo, uma flor misteriosa, que logo se
abre, começa a secar e morre. Sua estranha beleza obriga a qualquer pessoa que
não conheça o mistério... a deleitar-se com o seu
encantamento. Na mesma, razão, “a surucucú" ou
serpente negra da família das Lacheis, é a mesma que
– segundo as lendas sertanejas – se apossa do seio de uma mulher, quando está
dando mama ao filho, e coloca na boca da criança, a ponta do rabo. A mãe,
estando adormecida, não se apercebe, entretanto, do traiçoeiro estratagema
empregado pela venenosa serpente, que tem o cuidado de não apertar com as suas
presas, o seio onde está sugando o leite que devia alimentar a criança. “Não te
fies no canto das sereias”, é o velho brocardo, em relação a tudo quanto nos
pode causar graves perigos, inclusive, no sexo oposto... E isto, porque,
antiga, também é á lenda de, que, “as sereias procuram atrair às homens” com
seu CANTO e beleza estranhos, afim de os levar para as
profundezas oceânicas, Dizem até, que a razão desse proceder, é a de unindo-se
com eles, tornarem-se imortais”. Enquanto outros afirmam que “as mesmas assim o
fazem para se encarnarem como mulheres na Terra”. O fato, é que, verdadeiras ou
não, as referidas lendas, a origem está na fatalidade que causa a estrela Algol a quantos a miram embevecidos por sua estranha luminosidade... o autor.
Goodricke, um afeiçoado da Astronomia, que deu a
conhecer em 1783, o notável fenômeno, julgou com INTUITIVO ACERTO, hoje
confirmado pela Ciência – que se tratava, simplesmente, de um eclipse parcial,
de três em três dias, pela estrela, graças a
interposição de um ASTRO OBSCURO ou Menos luminoso (reflexo, talvez... do SOL
NEGRO, tão procurado pela mesma ciência... ), atenuando periodicamente os seus
fulgores. A ciência, entretanto, como necessitasse de meios de observação mais
diretos, continuou por muitos anos, incapaz de acertar com a verdadeira causa
do referido fenômeno, pela in tuição, assim,
antecipada.
Certo escritor ocultista; que tomou por
pseudônimo, aquele de FRA-DIAVOLO, no capítulo de seu
livro Fantasma Celeste, que tem por título, arrogância de certos astros, faz
ver que, “se trata de uma disputa entre Perseu e o referido astro negro,
querendo este, em semelhante forma, assenhorear-se da cabeça da sua
companheira, a quem o mesmo PERSEU, achou por bem, separá-la do resto do corpo,
e que lhe serve de ornamento ao escudo, como laurel de tamanha vitória”, Mas,
volvendo à ciência profana, ou o que a mesma confirmou a respeito das palavras
de Goodricke, eis que, ao resolver a mesma o
problema, veio – como sempre acontece – a magia da INTUIÇÃO, que é bem o do
momento do finalizar de um ciclo, para o alvorecer de um
outro... do modo mais estranho que se possa
imaginar.
Vejamos como: Três sábios da maravilhosa ótica, Argelander, Schmidt e Schönfeld,
fizeram, primeiro um gráfico fotográfico das flutuações da luz de ALGOL, desde
que a perdia até que a readquiria (o
grifo, é nosso). E isto, durante cinco horas. Logo o grande Pickering
comprovou a coincidência quase exata entre o referido gráfico e o que obteria,
na hipótese de um eclipse parcial do astro luminoso com o hipotético (na razão
de um porvir luminoso) astro-obscuro ou negro. Fato esse que, se por um lado
dava absoluta verossimilhança à hipótese da existência do referido astro, por
outro, permitia – graças ao cálculo – deduzir tudo quanto diz respeito à órbita
do astro obscuro em torno do luminoso, em suas várias inclinações e possíveis
formas. Faltava, entretanto, contar com um elemento novo de cálculo. E tal
elemento lhe veio dar o “espectroscópio cego” (para um CEGO, outro cego,
dizemos nós), que, segundo se sabe, substituiu o antigo astronômico, na busca e
captura de astros, que não são visíveis pelos meios ordinários. Ninguém mais
ignora que, quando a luz de qualquer astro se decompõe, no espectro resultante,
além das conhecidas zonas coloridas, do vermelho ao violeta, aparecem
finíssimos raios negros e faixas obscuras, pelas quais se chega ao conhecimento
da composição química do antro observado, comparando com o espectro dos
diversos corpos químicos terrestres conhecidos. Tal descoberta, devida a Kirchoff e Bunsen, permite, além
disso, a realização de verdadeiro prodígio, porque, se a estréia observada é
dupla (duplos, e ainda múltiplos são, com efeito, a maioria dos sóis
celestes... ), os raios e faixas aparecem duplicatas,
apresentando a particularidade, em referência à lei descoberta por Dopller e Fiezzau, de que se
desviam para o lado do vermelho, se o astro se afasta, e ao contrário, para o
violeta, se se aproxima. Exemplo simples trará maior
clareza para a compreensão do fenômeno: Se o raio amarelo do sódio, e certo
raio obscuro do espectro sideral coincidem em posição, é prova de que no astro
observado também há sódio; porém, se a coincidência de posições nos respectivos
raios não é absoluta, havendo desvio para a direita ou para a esquerda do
raio-tipo, é sinal que, o astro não permanece à distância constante de nós, mas
sim, aproxima-se ou afasta-se, do mesmo modo que o silvo de uma locomotiva,
soando constantemente e no mesmo tom (prescindindo de variações acidentais),
enquanto a locomotiva está parada, ao passo que, ao aproximar-se de nós, a
grande velocidade, a nota em questão se torna mais aguda, e ao contrário,
fazendo-se cada vez mais grave, quando rapidamente se afasta (fenômeno,
entretanto, diverso, é aquele, por exemplo, da locomoção em Duat,
com trilhos e rodas de vidro, pois, enquanto devagar é grave, agudo se torna,
cada vez mais, ao afastar-se, e à grande velocidade. .
. ). Em suma, correspondendo o espectro ou DUPLO de ALGOL,
não a um astro simples, mas a um astro DUPLO (o que é natural para o fenômeno
apontado, mas não revelado, na própria MITOLOGIA), ao girarem seus dois
componentes em volta do centro comum, de acordo com as leis da gravitação
universal, quando Uma delas se aproxima, a outra, forçosamente, tem que se
afastar de nós. E vice-versa.
Apresentamos agora a parte mais
interessante do assunto, ou seja, a opinião do grande intuído Carlos Vögel, diretor do Observatório astrofísico de Potsdam, em 1889: Vögel, com
efeito, teve ocasião de dizer: «discutindo, matematicamente, os resultados deduzidos
por Pickering, pode-se precisar as dimensões
relativas da estréia luminosa e de seu obscuro satélite, eclipsador,
e a órbita relativa deste último em suas diversas formas e possíveis inclinações.
E, além disso, se o minguante de luz em ALGOL é originado, de
fato, pela interposição do segundo entre ela e nós, este corpo obscuro deve ter
quase o mesmo tamanho que a estrela, porque, ao contrário, não poderia privá-la
de uma parte tão considerável de seu esplendor, como pensa o observador vulgar,
sendo provável que as massas dos dois corpos, muito pouco defiram uma da outra
e, portanto, que a atração do satélite torne perceptível o movimento orbital da
estrela primária. Então, cada vez que o satélite obscuro passar por
diante da estrela, eclipsando-a parcialmente, a direção do movimento de ambos
os corpos, em sua órbita, será perpendicular ao raio visual, e a velocidade
radial (ou seja, a velocidade de aproximação ou de afastamento, revelada pelo
referido movimento de oscilação nos raios do espectro), dizia, será nula.
Porém, depois de realizar um quarto de revolução, no que empregará dezessete horas,
a estrela brilhante se moverá quase paralelamente ao raio visual, aproximando-se
de nós. E pela mesma razão se afastará, movendo-se em sentido contrário,
dezessete horas antes de verificar-se o eclipse. Se tais variações na
velocidade radial são muito grandes, os raios do espectro da estrela, segundo
a, teoria de Doppler, é natural que realizem uma dupla
oscilação no que diz respeito à sua posição normal durante o tempo compreendido
entre dois mínimos consecutivos, é o espectroscópio, determinando a amplitude
do referido movimento oscilatório, dará a conhecer a velocidade linear da
estrela em sua órbita”:
“A
observação espectroscópica confirmou plenamente a anterior e admirável opinião
de Vögel, permitindo-lhe achar – com algumas
aproximações – as massas dos dois corpos, suas dimensões lineais, embora um
deles seguisse e siga, naturalmente invisíveis, as
duas respectivas órbitas. Com efeito, achou – por meio do espectroscópio – que
antes do eclipse, o astro luminoso se afastava do sol com uma velocidade de 39
quilômetros por segundo. E que depois do eclipse se aproximava com a de 47.
Por conseguinte, a velocidade orbital da
estrela brilhante é dê 43 quilômetros, e somente de quatro (o eterno
quaternário universal), a da translação do centro de sua gravidade para o
nosso. Tais resultados espectroscópicos, combinados com os obtidos antes pela
observação visual, conduziram-no, finalmente, a estes outros, mais do que
valiosos: o diâmetro da estrela principal, imensurável diretamente, é de
1.700.000 quilômetros, e o do invisível e desconhecido satélite, de 1.300.000.
Tem, pois, este misterioso astro – visto pela intuição, e não pelos olhos
físicos – um tamanho quase igual ao do nosso sol; a distância que separa ambos
esses corpos, é de uns cinco milhões de quilômetros. E suas massas valem perto
de metade, e quarta parte de nosso luminar, de modo que, as densidades dos
primeiros são muito menores que a do último. É algo assim como querer alcançar,
na densidade do azeite, a chama (ou griseta) que
flutua sobre aquele que, por sua vez, flutua sobre a água. Finalmente,
conclui-se que a velocidade orbital do jamais visto satélite, ascende a 89
quilômetros por segundo... Eis aí, pois, como fenômenos mais do que simples,
perscrutados pela intuição dos homens de JÊNIO, podem
conduzir a resultados tão estranhos quanto admiráveis, que mais parecem
produtos de fantasia... Poderão, acaso, sofrer modificações os números
encontrados, se novas e mais precisas determinações assim o exigirem, porém,
sempre ficará de pé este resultado fundamental: a possibilidade de medir e pesar,
precisar a figura e os movimentos de corpos gigantescos,
um deles invisível, e bastante afastados; mesmo que de grandes tamanhos e
perfeitamente luminosos, nos aparecem como um ponto mais ou menos brilhante em
seu não desdobrado conjunto.
Comentários? Faça-os o leitor – com sua
também desperta INTUIÇÃO, porque, do ponto de vista bem nosso, nos limitaremos
a dizer que, SEM INTUIÇÃO E SEM IMAGINAÇÃO, não pode haver hipótese cientifica
possível, porque, unidas à força de vontade, representam a CHAVE da verdadeira
MAGIA. E sem a hipótese, de nada valem aos seres do mundo animal, as tão
decantadas observações e experiências, simples lacaios da intuição do JÊNIO. E a que estão subordinadas, como o está o
instrumento, ao operador que o maneja.
A ciência verdadeira não é, senão, um
eterno balouçar no invisível e intangível, de uma Barca oculta pela cerração,
da vista física, apoiando-se, como a água no cume do penhasco, no palpável e conhecido.
Por isso que, encarregadas de transcender, de volver ao avesso do mundo
superior, ao animal de nossos deficientíssimos instrumentos: os grosseiros
sentidos, que tomam a “nuvem por Juno”. E até, uma estrela ALGOL, como “farol
de bonança”, quando seus trágicos efeitos de “fêmea do espaço” (mais conhecida
por SAKALI), são em verdade,
os mais reais possíveis... Sim, em vez de “deusa estelar”, é
“a demoníaca das intermitentes aparições”, provocando desgraças, amores
ilícitos, crimes, suicídios, guerras, catástrofes e outras cousas mais...
E isto porque, segundo velhas
tradições Atlantes, sela é a shakti ou
aspecto feminino cósmico do “Anjo revoltado”, que deste se separou no momento
de sua queda ou expulsão do Trono celeste”. De acordo com a Cabala, não há como
dizer: “Daemon est Deus inversus". 3
3 Na Mitologia grega, Hércules (ou Herakles) corta de um só golpe as
7 cabeças da Hidra, cujo significado, é: “Tal hidra não é outra que essa mesma
estréia ALGOL, na qual se metamorfoseou o aspecto feminino cósmico do Anjo
revoltado, pois que era Ele que, se não atraiçoasse o Trono Divino, deveria ser
o ADAM-KADMOM, cera o reflexo na Terra, do Adam-Heve, padrão dual ou andrógino em separado da própria
Humanidade. E como um outro viesse substituí-lo na Terra, por Ordem do Eterno,
para que isso acontecesse não podia deixar de – cortando Ele as sete cabeças da
referida Hidra (alegoria dos sete estados de consciência pelos quais deve
atravessar a Mônada, na Terra), forma para si mesmo um aspecto feminino,
digamos “surgido da sua própria natureza, cuja alegoria foi grosseiramente
interpretada pela Igreja e quantos ocultistas e Teósofos
o mundo conhece, pois se trata de uma revelação de acordo com o novo ciclo (e
pela primeira vez, portanto, trazida a público, «pois que os tempos esperados
já chegaram”), repetimos, “em ter Eva saído da costela de Adão”, enquanto este
feito com o barro ou argila da Terra...” O arcano do Taro, por sua vez, não
interpretado por esses mesmos ocultistas e teósofos,
antes dito, teosofistas (pois que Teósofo
é o que sabe Teosofia, e Teosofista, o simples
discípulo de Teosofia), tem por alegoria dois reis caídos do céu. Um deles vem
sem coroa, ou seja o que foi expulso. E o que traz coroa, aquele que veio
substituí-lo na Terra.
O Arcano XVI é conhecido por diversos nomes
mais que significativos, a saber: Casa de Deus, Traição ao Trono, QUEDA DO ESPÍRITO
NA MATÉRIA. A letra hebraica que lhe corresponde, sendo o GNAIN,
possui uma curvatura da esquerda para a direita, como alegoria, digamos assim,
a uma perna quebrada ou coxa, daquele que foi expulso do céu. A Igreja, que jamais se aperceberia de tal cousa, do mesmo modo que os
próprios hebraístas (ou antes, cabalistas), no
entanto, chama de “Diabo coxo” àquele a quem o próprio Eterno anão admite que
se lhe ofendas, o que tanto basta para corroborar a opinião de Giovani Papini, quando afirma que
tal Anjo será um dia redimido. E que o mesmo, quando com ele se encontrou, teve
ocasião de lhe dizer que era a própria Humanidade a causadora dos seus maiores
sofrimentos. Sim, evocando-o para o mal, inclusive os fetichistas, dando-lhe comida
nas encruzilhadas, a própria Igreja o amaldiçoando (contrariamente à vontade de
Deus), e tudo isso para atemorizar os “impúberes psíquicos” com as “penas
infernais eternas ...” De fato, o fim do Diabo, como
tal, seria o fim da própria Igreja que mantém o domínio psíquico dos seus
prosélitos, pelo temor ao Inferno..., em vez de
ensiná-los a serem bons em função das sábias leis de Carma e Reencarnação.
Giovani Papini esteve
bem perto da Verdade. E, assim como uma criança que brinca com outras, no jogo
do “chicotinho queimado”, está apenas “morno”, ou um tanto afastado do lugar
onde se acha o lenço escondido. Sim, o lenço espiritual de tão elevado
mistério.
Mas, ainda falta-lhe muito para conhecer
toda a verdade a respeito do ANJO CAÍDO ou revoltado, “que um dia havia de ser
salvo ou redimido ... “, como ele mesmo o diz em seu
livro “O Diabo” que, antes, deveria se chamar “O Anjo Rebelde”.
A verdade, porém, que o ano 1949 – o mesmo
da visão de Leão XIII, ou seja, de Lucifer discutindo
com Cristo, a este ter respondido, quando aquele lhe perguntou, “quantos anos
queria para destruir a Igrejas, ter ele respondido: “de 50 a 60 anos. E, como
tal visão se deu em 1890, em 1949 era a passagem de 50 para 60 anos... E isso
significa, apenas: FINIS ECCLESIAE.
Não há como provar o contrário.
Em fins de Outubro do ano findo,
precisamente a 22 daquele mês, foi visto, por milhares de pessoas de São Paulo,
do Rio e de outros lugares, bem do lado do Ocidente e próximo da estréia VÊNUS
ou LÚCIFER (que este é o seu verdadeiro nome... ), um
estranho fenômeno que maravilhou a quantos o viram: por algumas horas pode ser
vista uma estrela, de brilho e grandeza invulgar, que apresentava a
peculiaridade de ter seu brilho aumentado e diminuído, periodicamente, desde um
brilho extraordinário até se apagar quase completamente, Não faltou quem a
tomasse por um “disco voador”, enquanto outros mais ignorantes ainda do
mistério, como sendo o próprio planeta Vênus. Com as devidas reservas..., o
fenômeno não foi mais do que um reflexo, ou repercussão, do fenômeno acontecido
com a estrela ALGOL, no Hemisfério Norte. E para provar que o mesmo termo SATAN que se dá a LÚCIFER, LUSBEL,
etc., do mesmo modo que o de DIABO, são sagrados, apresentamos aos nossos
leitores essas duas chaves cabalística, no seu
sentido filológico: SATAN provém do termo sânscrito SAT,
que quer dizer Aquele, isto é, Deus ou Senhor Onipotente, e AN ou OM,
a sua manifestação na Terra. OM é a síntese da
palavra sagrada AUM (ou Tríplice Manifestação Divina), E
DIABO, de DEO, DEI, etc.. etc.. que é o mesmo Deus. E AB ou AD, ADI, etc., com o significado de primeiro,
primordial, origem, etc. Nesse caso, DIABO equivale ao Deus primordial. Já daí procede o grave erro teológico na sua condenação formal ao
ANJO REVOLTADO. Os cabalistas, para provarem a
oposição do DEMÔNIO a Deus, têm esta frase: DAEMON EST DEUS INVERSUS. A tradução
deveria ser bem outra: O DEMONIO É O REFLEXO DE DEUS
na Terra Reflexo sombrio, para a Luz ou Sol, se o quiserem, mas que um dia,
deixando de ser reflexo ou sombra, justamente pela sua própria Redenção, se
fará UM com a Divindade ou Luz. Nem Bem nem Mal nessa hora cantada por Homero,
Dante, Horácio e outros mais, nas suas maravilhosas obras iniciáticas. Do mesmo
modo que por Platão na sua República; Thomaz Moore no País da Utopia. E na bem
nossa Idade de Oiro ou SATYA-YUGA,
também cantada em verso e prosa nas
escrituras orientais, do mesmo modo que, pelas
sibilas.
Como sabem os mais conspícuos Teósofos, existem duas forças que regulam o perfeito
equilíbrio da Evolução Humana, sem falar nas que das mesmas se derivam.
Referimo-nos a FOHAT (procedente de cima ou do céu, e
que apresenta a cor verde). E Kundalini (o fogo Kundalini, a Serpente de fogo, etc., de cor vermelha),
procedente do seio da Terra. Não se deve esquecer que foi a “sarça ardente” que
falou a Moisés, quando pisou em Terra santa Nesse caso, o fogo serpentino ou de
Kundalini. O seio da Terra também é chamado de
“Laboratório do Espirito Santo”. Destas e outras
tradições foi que a Igreja, erroneamente, criou o legendário INFERNO, dando-lhe
o nome de “caldeiras de Pedro Botelho”. Devia respeitar ao menos o primeiro
nome, pois que lhe dá a primazia entre os Apóstolos, “do fundador da sua
Igreja”. “Pedro tu és pedra, e sobre ti será fundada a minha Igreja”. Pedra ou Kiffa, entretanto, é “Pedra da Lei” em outras escrituras.
No homem essas duas forças se encontram, quando o mesmo se torna um Adepto ou
Homem perfeito (Arcano IX do Taro, do qual Diógenes se serviu para morar um
barril ou Ermida. E a lanterna ou a Sabedoria Perfeita), no chacra
umbilical. Este centro é representado pelas duas referidas cores: verde e
encarnado, para provar que é aí onde as mesmas se
encontrando, produzem o referido fenômeno. Este é um tanto semelhante ao de uma
lâmpada de arco-voltáico, quando os dois carvões (o
de cima com o de baixo) se tocam e a LUZ aparece... por
se estabelecer a corrente. No caso antes apontado, Luz também é aquela da INTELIGÊNCIA
(como a de Diógenes). Haja vista o fenômeno acontecido com Antonio Vieira,
sentindo ele um estalo na cabeça, perde os sentidos. E quando os mesmos lhe
voltam, tornou-se aquele sábio e santo homem que a própria História religiosa o
conhece. Por acaso, no mesmo altar onde Antonio Vieira, passou por semelhante
fenômeno, o autor destas linhas “foi consagrado à N. Senhora da Fé” (Vide sua
Biografia em “O Luzeiro”). Sua mãe era muito religiosa. Um Poder também da
iniciação de quem do berço já trazia os oito poderes da Ioga, obrigou a tal
acontecimento, assim sendo, mais causal do que casual.
Os chacras ou
centros de força no homem são sete, do mesmo modo que os planetas que giram em
torno do Sol, formando um sistema planetário. Razão de nosso
Obra ter formado um Sistema geográfico na Terra, isto é, S. Lourenço,
como Sol Central do mesmo sistema, e sete cidades sul-mineiras
em seu redor (neste mesmo número de Dhâranâ se fala
de uma delas: Maria da Fé.
Sistema geográfico este, que é o ponto
culminante da chegada da Mônada, pelo chamado “ITINERÁRIO DE IO (ou Ísis). E isto, aos 23° de latitude sul, Trópico de
Capricórnio, para os mesmos graus de latitude Norte, Trópico de Câncer, donde
viemos... ou se o quiserem, veio a mesma Mônada. O Trópico de Capricórnio passa
bem por cima de São Paulo. No Horto Florestal se acha um monumento ao mesmo
dedicado.
Como a maioria não conheça os nomes
sânscritos dos referidos chacras ou centros de força,
no homem, além dos lugares onde são situados, mais uma vez os apontamos: No vertex ou chacra CORONAL (donde
se origina a coroa sacerdotal, do mesmo medo que as auréolas dos santos, que os
primeiros cobrem com o solidéo e os rabinos trazem
sempre a cabeça coberta) se acha o do nome Brahmananda
(Sahasrara), ou “Morada de Brahmã,
Deus, etc.”. Também tem o nome de LOTO DAS MIL PÉTALAS. Na fronte, o chacra aí existente tem o nome de AJNA.
No Egito, ele era apontado na fronte dos faraós, como uma serpente de bote
armado. Tinha o nome de UREUS mágico. Na Índia, até
hoje essa região traz um ponto escuro (correspondendo à glândula pineal que provoca
a visão espiritual ou interna), nas imagens do Buda e das sacerdotisas, etc. A
seguir, vem o chacra laríngeo, com o nome de Vishuda. E como ele separa a cabeça (mundo divino ou da
Inteligência) do tronco, ou mundo terreno, tem o nome de “antakarana”,
mas no sentido de PONTE que separa um mundo de outro. Vem a seguir, o chacra cardíaco, com o nome de ANAHATA.
E logo se segue o umbilical,
com o nome de Manipura,
onde, como dissemos anteriormente, Fohat e Kundalini se encontram. No plexo hipogástrico
ou esplênico, o chacra aí existente tem o nome de Swadisthana. E finalmente, o último, no cócix,
ou “chacra raiz”, como “séde
de Kundalini”, com o nome de MULADHARA.
Quanto às duas referidas cores, isto é, de Fohat e Kundalini, as próprias
colunas dos Templos egípcios as possuíam; do mesmo modo que, o pano que os
faraós traziam sobre a cabeça, tapando os dois ouvidos, pois que, no direito
funciona Vayú, o ar (verde) e no esquerdo, o fogo
(vermelho). Como cores mais vivas ou de maior projeção, luminosidade, etc.,
entre as demais; foi dai que surgiram as lanternas, faróis, etc., das embarcações,
e hoje também, dos aviões, colocadas a Bombordo e a Boreste.
“Ó Tu Senhor! que fazes entrar
o Dia na Noite e a Noite no Dia. A Tu, Senhor! Que fazes entrar a Morte na Vida
e a Vida na Morte. A TI mais preciosa é a tinta do sábio que o sangue do mártir".
Sura III – CORÃO
“Aquele que vive para a
Humanidade faz multo mais do que aquele que por ela morre”.
H. P. Blavatsky
“Acho-me diante de um Altar. Em
cima está o Supremo Arquiteto. Em baixo, a Humanidade. Para adorar o Primeiro
mister se faz servir a segunda”. H. J. Souza