Cagliostro e são Germano

 

A Igreja de Melqui-tsedek

Henrique José de souza

 

Há uma antiga tradição que afirma a existência, no mundo, de uma igreja secreta, que torna a ligar (religo, religare, religio, religione ou religião) o homem a Deus, sem necessidade de sacerdócio nem outro qualquer intermediário. Todo ser iluminado, diretamente ou por iniciação, desde que esteja de posse de certos mistérios, faz parte do Culto, que tem o nome velado de Igreja de Melquisedec. Tal culto sempre existiu, por ser o da mais preciosa de todas as religiões, ou seja: a da Fraternidade Universal da Humanidade.

 

A sua origem procede dos meados da 3ª raça-mãe, pouco importa seu nome naquela época, se com o decorrer dos tempos, recebe o de Sudha-Dharma-Mandalam, na antiga Aryavartha – nossa Mãe-Índia – mas, para todos os efeitos, Excelsa Fraternidade, quer na razão de sua própria existência - por ser composta dos Verdadeiros Guias ou Instrutores espirituais da Humanidade – quer pela sua vitória sobre o que se concebe como Mal, na Terra, se ao lado do Planetário (a Força cósmica... dirigente do nosso Globo, em forma humana, aparte opiniões contrárias) – após a tremenda queda que teve lugar na decadência atlante... de que tanto nos temos ocupado, embora que, de modo velado – tiveram, os seus primeiros componentes, de combater contra as referidas "forças do mal", sem falar na sua própria transformação de Homens vulgares, em semideuses.

 

Por isso que, tal Fraternidade ou "Culto Universal" – que a bem dizer, é o do Amor, da Verdade e da Justiça entre todos os seres da Terra – se compõe de 7 Linhas, cada uma delas com o respectivo Raio, na razão dos próprios Astros ou Planetas. Donde, seus Chefes, Reis ou Guias, Seres tão elevados, que bem se podem comparar aos mesmos Dhyans-Chohans ou "Espíritos Planetários". Na Índia, o termo Maha-Chohan é dado aos mais elevados entre tais Seres, enquanto, outrora, no Egito, recebiam o nome de Ptahmer. São os mesmos “goros do Rei do Mundo”, nas escrituras transhimalaias.

 

Como Guias ou Instrutores dos Homens – pouco importa, se para muitos de modo invisível – não podiam deixar de possuir “Regras especiais”, se Eles por sua vez, além de guiados por Aqueles Sete referidos Seres, o são ainda por Outro mais elevado, que se firma por trás de tudo isso, em forma Ternária. Seu Santuário, digamos assim, é aquele mesmo APTA, creche, manjedoura, presépio, lugar onde o Sol nasce, e quantos nomes o mesmo possui desde os memoráveis tempos da Atlântida, se era ali representado como “8ª cidade”... Razão de ser considerado, tal Ser, ao mesmo tempo, Uno e Trino, como “Rei dos Reis”.

 

Os mesmos gnósticos reconheciam o número 888 – ou 8 vezes o misterioso 111 – como “Número Crístico”, embora que o resto seja proibido rervelar.

 

O mesmo René Guenón, em sua obra Le Roi du Monde – pois que teve como Guru ou Mestre, famoso rabino... – diz o seguinte, a respeito de tão excelsa Organização:

“O chefe de uma organização, é o próprio Manu, que poderá legitimamente possuir ou encarregar a outro, esse seu título e demais atribuições”. E ainda: “pelo grau de Consciência que atingiu para exercer semelhante função, identifica-se, realmente, ao Princípio que o obrigou a tomar expressão humana. E diante da qual, sua individualidade desaparece” (o grifo é nosso).

 

Não vamos comentar semelhantes palavras, por ser isso proibido... Serviram elas, apenas para exprimir toda a verdade que paira sobre tamanho Mistério – de confronto, a tudo quanto dissemos anteriormente a respeito dessa mais do que sublime Organização, que tanto se pode chamar como já foi dito de Culto de Melquisedec, como de Excelsa Fraternidade, Sudha-Dharma-Mandalam (para o Oriente), mas hoje com outro nome ocidental, já revelado em nosso estudo dedicado a Paracelso.

Como se sabe, as Leis que regulam semelhante Organização, foram codificadas pelo Manu Vaivávata. E delas, por sua vez, saíram as menores que regulam a própria vida humana. Chamem-nas de "Mandamentos da Lei de Deus", os que preferem, apenas, o espírito religioso, no sentido puramente dogmático. Mas o fato é que, serviram de fundamento aos Códigos que regem todos os povos da Terra. Por isso que, a figura da Justiça – mesmo que terrena – traz os olhos vendados (ocultos, secretos...) e uma espada servindo ao mesmo tempo, de Balança. É aquela, ainda, que traz na mão, o Arcanjo Mikael (ou Miguel), "onde são pesados os bons ou maus atos e pensamentos da própria Humanidade..." Dura lex, sed lex!

 

Manu, Rei do Mundo, Planetário da Ronda, etc. são uma só e mesma Coisa. De tão excelso Tronco saem outros Manus, maiores e menores, na razão de raças-mães, sub-raças, ramos e famílias, etc. À medida que a Humanidade vai alcançando as várias etapas de sua Evolução terrena, tais Regras são modificadas pelo referido Manú pouco importa em quem, ou de que maneira esteja Ele manifestado, se o fenômeno é tão transcendente, que não pode ser revelado... 46

 

RECONHECIMENTO ENTRE ADEPTOS

 

Pelo pouco que foi dito anteriormente, logo se depreende da razão de se denominar a tais Seres, de que se compõe a "Excelsa Fraternidade Branca", por outro nome, Culto de Melquisedec, etc., de "Adeptos da Boa Lei"... Existem diversas maneiras dos mesmos se reconhecerem, em qualquer parte do Globo onde se achem: "palavras de passe", ou mesmo, as credenciais de cada uma das Sete Linhas ou "raios" a que pertençam. Assunto que não pode ser tratado no mundo profano, no entanto, ocasionou enormíssima confusão no espirito da maioria dos membros de The Theosophical Society, devido aos escritos, nesse sentido, de sua ex-Presidente, a Sra. Besant e do bispo Leadbeater, além do mais por não estarem autorizados a fazer semelhante revelação. Razão de alguns representantes dessa mesma "Grande Loja Branca" – como é também reconhecida – virem de público lançar o seu protesto, dentre eles, R. Vasudeva Row (B.A., B.L.) vakil do alto tribunal de Madras, etc. E semelhante erro contrário às referidas leis ou Regras, deriva, além do mais, da eterna mania de só se reconhecer Seres Superiores "lá para as bandas do Oriente", por ignorarem que o mesmo, desde 1924 senão um pouco antes, já havia se fundido no Ocidente, de acordo com as mais

antigas profecias, a começar por aquela da "Serra de Sintra", em Portugal, por nós inúmeras vezes citada, inclusive, nesta revista. 47

 

Entretanto, quando investidos, alguns, de missões especiais, ao contrario, devem manter-se em segredo, afastados uns dos outros, etc. São aqueles tradicionais "homens da capa vermelha" (raio de Marte), um dos quais ao mesmo Napoleão dava conselhos, inclusive, nos campos de Batalha, ou os de "capa amarela" (raio mercuriano), com missão idêntica diante de outros Homens ilustres da História, inclusive, nas cortes, como aconteceu aos mesmos Cagliostro e S. Germano, na de Áustria, França, diante de Maria Antonieta, etc., etc., e quantas outras capas ou "cores" indicam os "raios" planetários, a que pertencem os seus portadores...

 

46 O assunto que diz respeito às raças, continentes, etc. é por demais conhecido dos teosofistas. No entanto, paca os leigos em semelhantes leituras, quer na Seção dedicada a S. Lourenço, quer em nossa obra "O Verdadeiro caminho da Iniciação", é o mesmo fartamente divulgado.

47 Leia-se na obra de Marques de Rivière, Á l'ombre des monastères thibétains, a revelação que lhe faz o seu próprio Guru, nesse sentido. Ou então, em o numero 103, desta revista, o artigo "O Mistério dos Dalai-lamas e a política religiosa do Oriente".

 

Mas, não nos apressemos em falar dos Dois referidos Seres, por não ter ainda, chegado a hora, mas, de preferência dessa "fraternal Ceia ou Comunhão", em que vivem os preclaros Membros da Excelsa Fraternidade, quer do ponto de vista mental (e a prova que até hoje se exige em nosso Colégio iniciático, o termo sânscrito PAX, que quer dizer "comunhão mental ou de pensamento", atingindo os confins da Terra, através dos mesmos Seres, e não, apenas, o sentido restrito do "PAX”, latino, que é, como se sabe, PAZ, essa mesma que deve existir entre todos os seres da Terra), dizíamos, quer do espiritual, ou sejam esses felizes instantes que convivem juntos, em qualquer parte do globo para onde os conduza, a sua própria missão...

Daí, nasceu a chamada ceia do Senhor levada a efeito entre Jeoshua Ben Pandira ("o filho do Homem"...) e seus apóstolos ou discípulos.

 

Era a "comunhão reservada aos maiores pontífices em todos os Mistérios Antigos". Logo que um Adepto, um Ser qualquer de categoria mais ou menos elevada, ia visitar o Dalai-Lama, este dividia ao meio o pão, lançando-lhe a sua Benção, e ambos comiam a parte que lhes era reservada. Tal ritual, além dos seus sentidos cabalísticos, abrange, ainda, o do androginismo perfeito (um pão dividido em dois, como aconteceu no começo das coisas...), o do Pai-Mãe das escrituras, na razão de Adam-Kadmon, para o divino; Adam-Heve, para o humano e Adam-Chevaoth para o inferior... que nada tem a ver, como pensa a maioria, com o famoso "inferno" das escrituras ocidentais.

 

Em seguida, dois copos contendo o mais precioso vinho ou licor, que, depois de abençoadas, cada qual se servia, do seu.48 Não é isso uma espécie de Eucaristia, na razão do "este é meu corpo, comei-o; este é meu sangue, bebei-o"? Uma reminiscência, ainda, da "Taça do Santo Graal",49 e quanto faz parte das tradições da verdadeira Rosacruz, hoje postada em lugar diferente do de outrora, embora que muitos centros pseudo-espiritualistas, estejam abusando de tão excelso quão precioso nome, para, fins políticos dos mais condenáveis... Há muitos anos, lançamos um aviso nesse sentido, mas... infelizmente não fomos ouvidos, além do mais, porque, "ninguém é profeta em sua terra", do mesmo modo que, "santo de casa não faz milagres"...

 

48 Os árabes mais ilustres só compartilham da refeição de "tâmaras, sal e uvas". com pessoas que lhes mereçam a maior consideração. É, ao mesmo tempo, uma tradição religiosa e "pacto de amizade".

49 Não era, antigamente, o Dalai-lama, a representação, na face da Terra, juntamente cem o Trachi-chama, dos Dois tradicionais Ministros do "Rei do Mundo", por sua vez, representado pelo Buda-Vivo da Mongólia, na cidade de Urga, cujo nome correto é Takura?... Melquisedec e o "Rei do Mundo” são uma só e mesma Pessoa. Vive Ele, justamente, na "Terra das Libações", que tanto vale para Agartha, como Shamballah, "a tradicional Ilha imperecível, pois que, nenhum Cataclismo a perde destruir". Shamballah tanto vale por Taça ou licor de Shoma ou lunar, como de Shukra ou venusiano. Existe, na Índia, a lenda do "Cálice (ou Taça) de Buda", que será encontrado, novamente, quando se aproximar o tempo de "Shamballah".

Vejamos tal lenda: “Purushapura ou Peshawar, foi durante muito tempo, "a Cidade do Cálice de Buda". Depois da morte do Mestre, o Cálice foi levado para aí, onde, por muitos anos, tornou-se objeto de veneração. Nos tempos do viajante chinês Fah-sien, aí pelos 40 anos a. C. encontrava--se ele, ainda, no templo que lhe foi dedicado, isto é, Peshawar. Possuía ele diversas cores predominando, entretanto, o preto. Quanto ao perfil de "quatro cálices", que o compunham, eram vistos claramente.

Porém, nos dias de Hsuan-tsang, outro viajante chinês, pelos 850 anos de nossa era, afirma já não mais se encontrava tal cálice em Peshawar. Uns dizem achar-se na Pérsia, enquanto outros, em Karashahr.”

No Oriente não se pode desdenhar a idéia de um cálice. Mas, no entanto, as lendas de todos os países a conhecem a seu modo: ora, é a "Taça de Lohengrin", taça crística, que interfere nas "rosacrucianas"; ora a da "amargura sorvida no Horto", e dezenas de outras de que já nos temos ocupado apor várias vezes.

O "Cálice de Buda" segundo as lendas transhimalaias, era milagroso e inesgotável: um verdadeiro Cálice de Vida".

Recordemos o "Cálice de Aritha" e a luta por sua posse, tal como o relata, de modo tão poético, o Mahâbarâta:

“Indra apodera-se do Cálice do Rei dos Nagas (Nagas ou serpentes: SRINAGAR ou “Homens-serpentes, semi-deuses, Adeptos, seres lagartinos, etc.", como estamos fartos de ensinar) e, o leva para o céu".

Segundo as tradições persas, "quando Jenishid começou a lançar as bases da cidade de Istaker (ou da "deusa Ísis"...), encontrou-se um cálice milagroso, Jina-Jenshid. O cálice era de turquesa e estava cheio do precioso néctar de vida."

As lendas do mosteiro de Solovetz, ao tratas dos personagens do Antigo Testamento, mencionam o "Cálice do Rei Salomão" (Salem-Omar, Salo-mar, etc.):

“Grande é o cálice de Salomão, feito de uma só pedra preciosa. No cálice existem três versos gravados em caracteres sumérios, que ninguém pode explicar". Com certeza, são os mesmos a que se refere o famoso Livro de Kiu-té no capítulo XXXV, que aqui aparecem pela primeira vez, ao mundo profano:

                “Tantas vezes beberei neste cálice

                Quantas o mundo exigir a minha presença,

                Como "espírito de Luz e de Justiça"...

 

Nossa mesma Obra, como Síntese de todas as Iniciações passadas – haja vista,  todos os Grandes Iluminados fazendo parte da sua galeria, no salão de reuniões, ladeando a Diretoria, ou antes, começando de um lado por Vyasa, o codificador da Vedanta, e terminando no outro, pelo grande místico Ramakrishna – não passou por um ritual idêntico, dentro do seu Santuário, onde "o pão foi dividido entre todos", e depois, de preferência a água, como "sangue que corre nas veias da Terra"? Não o faziam, de outro modo, Sacerdote e Sacerdotisa, na razão de Fogo e Água ou Sol e Lua ?. Quando da distribuição do pão e da água, por sua vez, não foi feita, também, a da menor das moedas usadas naquela época, isto é, o vintém ou vinte réis?

 

Melquisedec, rei de Salém fez trazer pão e vinho, por ser Ele Sacerdote do Altíssimo (El Elion). E abençoou a Abrahão, dizendo: "Abençoado sejas, Abrahão, em nome do Deus Altíssimo, possuidor dos céus e da terra. Abençoado o Deus Altíssimo, que entregou os inimigos em tuas mãos. E Abrahão lhe entregou o dízimo de tudo quanto havia tomado".

(Gênese, XIX, 18-20). 50

 

Por mais veladas que sejam tais palavras, são claríssimas para os que já possuam a mente iluminada. Queira o leitor dedicar-se a meditar sobre elas... e grandes coisas acabará, descobrindo...

No referido Livro, só conhecido dos Adeptos, também existe uma outra passagem, onde se compara o "Cálice com a Balança", embora mais longa do que o primeiro versículo:

 

                "Dois pesos desiguais para duas medidas iguais...

                Assim está separado o meu corpo

                Nas conchas da Balança,

                Até que as mesmas se fundam

                Naquele Cálice onde tenho bebido

                Do sangue que é mais dele do que meu !

                Até lá, outros O sorverão por Mim !"

 

Muito mais difícil que o primeiro, para ser desvendado, no entanto, daremos aqui uma pequeno, insinuação:

Balança não é o sino de Vênus ? E não se fala num "Cálice ou Taça de Shukra", na razão do mesmo planeta, pois que, o de Shoma é representado pela Lua? Fica o restante para ser descoberto pelo leitor...

Os muçulmanos de Khandakhar possuem também seu "Cálice Sagrado":

Em Kharran, também há um cálice, denominado Faa-faga. Desse "Cálice", bebem aqueles que tomam parte nos Grandes Mistérios.

No sétimo dia, anunciam: “Ó Mestre! o maravilhoso tem que se manifestar!"

Nas cerimonias da Vedanta, do Budismo e do Mazdeismo, utiliza-se sempre o sagrado símbolo do "Cálice de Vida". Jataka conta a origem do "Cálice do Buda":

"... Então, das quatro terras vieram 4 custódias do mundo e ofereceram 4 cálices de safira. Porem, Buda os repeliu. Voltaram a oferecer quatro cálices de pedra negra (mug-gavana) e Ele, movido de compaixão pelos 4 gênios, os aceitou. Colocou um dentro do outro, e ordenou: "Que se tornem um Só"... E as bordas dos 4 cálices se tornaram visíveis como desenhos. E todos os 4 cálices se fizeram Um.

O Buda aceitou alimento no Cálice recém-formado e havendo provado do que nele se continha, rendeu graças".

O Lalita Vistara, descrevendo os Sacramentos do Cálice de Buda", atribui ao Bem-aventurado, este significativo discurso, dirigido aos "4 Reis", que trouxeram os cálices: "Tributa respeito a Buda, em nome do Cálice e este será para ti como um vaso de Sabedoria ("vaso, também, de eleição". O mesmo. "Vas insignis devotionis", de que a Igreja se apropriou).

Se ofereceres o Cálice aos teus iguais, não permanecerás nem em memória, nem em juízo. Mas, quem oferecer o Cálice ao Buda, não será esquecido, nem em memória, nem em Sabedoria.

Esse Cálice, Arca de Vida ("Arca de aliança"...), Cálice de Salvação, de novo há de ser descoberto"...

Assim dizem as lendas tíbetanas. Resta aos Iniciados nos Grandes Mistérios, a decifração de tão misteriosas palavras. Lembramolhes, apenas, "as 4 Jerarquias, em atividade na Terra"... que um dia se farão uma Só, como o Cálice de Buda... O resto é fácil descobrir, na razão da "letra que mata, para o Espírito que principalmente no que diz respeito à "pedra, negra da segunda oferta dos 4 cálices" que, o Buda movido de compaixão, aceitou.

Quem versado for nas tradições esotéricas do Tibete, lembrar-se-á, da "pedra negra" enviada pelo "Rei do Mundo" ao Dalai-lama, a qual foi depois transportada à Urga (ou Takura, capital da Mongólia), ao Buda-vivo, do qual já nos ocupamos em outros lugares deste estudo. E isso, cosa as tradições dias varias "pedras negras", desde aquela. que era símbolo de Cibele, até a que foi engastada na Kaaba da Meca. Outrosim, que "o Buda-vivo possuía o anel de Genghis-Khan, sobre a qual se acha gravada uma Swástica (não confundir com a Sovástica nazista, considerando "símbolo nefasto", por Jainos e Budistas) e uma placa de cobre (metal de Vênus...). Paremos, entretanto, aqui, tão longa anotação, para... não fatigar o querido leitor.

 

50 O nome Melquisedec, ou antes, Melki-Tsedek, como Já dissemos, refere-se ao mesmo "Rei do Mundo", embora que designado na tradição judaico-cristã. O sacrifício de Melquisedec (o pão e o vinho, etc.) deve ser olhado como "uma prefiguração da Eucaristia. E o próprio sacerdócio cristão se identifica, em princípio, ao de Melquisedec, segundo a aplicação das seguintes palavras dos Salmos feitas ao Cristo: "TU ES SACERDOS IN AETERNUM SECUNDUM ORDINEM MELCHISEDECH" (Ps. C. IX, 4)

A tradição judaico-cristã distingue 2 sacerdócios: um, "segundo a ordem de Aarão"; outro, "segundo a de Melquisedec". E este, superior àquele, como o próprio Melquisedec o é a Abrahão, do qual nasceu a tribo de Levi; e, por conseguinte, a família de Ararão. Não diz o grande Iluminado, que foi S. Paulo, “O mesmo Levi. que percebe a dízima (sobre o povo de Israel), pagou, por assim dizer, por Abrahão"?

Saint-Bernard, por sua vez, diz que "o Pontífice, como indica a etimologia, é uma espécie de ponte entre Deus e o homem" (Tractatus de Moribus et Officio Episcoparum, III) . Há na Índia um termo que é próprio aos Jainos, equivalente ao Pontífice latino: é a palavra Tirtânkara literalmente, "aquele que fez um VAU ou passagem". A referida passagem é a de Moksha ou "libertação", redenção, salvação, etc. Os tirtânkaras são em número de 24, como "os velhos do Apocalipse", que de certo modo, constituem um outro Colégio.

Estão na mesma razão, os Mana-Chohans, na Índia, para os Ptahmers (sacerdotes do deus Ptah, o "3º aspecto da Trindade") no Egito.

“As duas chaves, de ouro e prata, usadas pelo Brahmâtma indiano, e pela Igreja depois copiadas para a do "Santo Papa", além de outros sentidos, possui o das duas referidas iniciações, empregando a terminologia Hindu, a dos Brahmânes (ou Jinas) e dos Kshattryas (ou guerreiros). Porém, no vértice ou cume (donde o termo Kumara), se acha a Ponte de toda autoridade legítima.= em qualquer domínio que ela se exerça. Por isso que, "os Iniciados da Agartha" tem o nome de Atívarna, isto é, "além das castas" (Jerarquia, portanto, superior à s que se conhecem na terra) “.

Semelhante Trindade hierárquica, já foi apontada, anteriormente, na razão do Buda-vivo da Mongólia, representando até o ano 1924, o próprio "Rei do Mundo", Melquisedec, etc., tendo por Colunas ou Ministros, o Dalai-lama e o Trachi-Lama. Os dois poderes em separado (o Temporal e o espiritual), e os dois juntos, no centro. "Três trombetas para uma Boca só", como rezam as tradições mais secretas.

Outro sentido, não possuem além de mais seis, segundos as sete chaves interpretativas da Mercabah) os "Três Reis Magos da Bíblia”, pois que, Mahinga (nome de um dos referidos Ministros do "Rei do Mundo") oferece ao Cristo, o ouro, e a Salvação, como Rei; o Mahima (o outro Ministro do mesmo Ser), oferece-lhe incenso e a Salvação, como Sacerdote; o Brahmâtma, enfim, a mirra (perfume de Vênus), o bálsamo da incorruptibilidade, imagem das Amrita dos hindus e "ambrosia" dos deuses, o Soma védico, o Haoma mazdeista, notando, ao mesmo tempo, que em hebreu, os termos "làin", vinho e "sod” mistério se encontram nas várias tradições do vinho, do licor sagrado, etc. A Salvação oferecida pelo Brahmâtma ou Mestre espiritual (o Grão Mestre entre as 2 colunas do Templo de Salomão, ou Jakím e Bohaz), ele o faz como profeta, oráculo do deus-Pithio (ou Flythoerestos) . Essa Trindade, ao mesmo tempo, real e sacerdotal, como se conhece, recebeu os nomes (na Bíblia): Gaspar, Melchior e Baltazar, embora que, somente o de Melchior, possua, de fato, um sentido iniciático, pois que, em hebreu, quer dizer: "Rei da Luz". Os outros dois, correm por conta da Igreja...

Do mesuro modo que, as duas referidas “chaves" que se procurou arrancar das mãos do Brahmatma, para as de as Pedro, tinham o mesmo significado das duas referidas iniciações, além de representarem os Grandes e os Pequenos Mistérios. Os mesmo termos Maha-Yana e Hina-yana, que são dados às duas escolas do Budismo (do Norte e do Sul) – como Grande e Pequena barcas – não representam, também, os Grandes e Pequenas mistérios ? Mas, logo aparece a "Barca de S. Pedro", arranjada com as tábuas das duas... e também, das de "Osíris", no velho Egito, paca se meter no caminho...

Havia na Idade Média uma expressão muito interessante para definir o “Reino da Agartha", o Governo Espiritual do Mundo, etc., a qual não teve, até hoje a devida interpretação. Referimo-nos a do Pai João, que era o termo que se poderia consignar como a "cobertura exterior" (chamemos de "escudo defensivo de algo que fica, oculto por trás ou que não deve aparecer, etc.”) do culto em questão, formado, em (boa parte, pelos Nestorianos e os Sabeus. E, principalmente, estes últimos davam a si mesmos o nome de Mendayeh de Yahia ou "discípulo de João". No Oriente, vemos do mesmo modo, os Ismaelios ou "discípulos do Velho da Montanha", os Drusos do Líbano "defensores da Terra Santa”, mas que, a criminosa corrupção de certos escritores, que vendem a sua pena, a quem melhor lhes paga, ousa descarregar sobre um Ser de tão elevada hierarquia, toda a baba peçonhenta da sua maldade e ignorância...

Não possui, também, o Vaticano, a sua guarda armada sem talar em alguns canhões, aviões e até, prisões...?

Inútil dizer que o tradicional "Velho da Montanha" (no Líbano), estreitamente ligado ao Governo Espiritual do Mundo", famoso nos tempos der Cruzadas, foi iniciador de Hugo de Payens e Godofredo de Saint-Hilaire, fundadores, como é sabido, da “Ordem dos Templários", que chegou quase a ser senhora do mundo medieval cristão, até o momento de sua ruidosa queda; queda essa tão dramática, como o foram a dos pitagóricos de outrora e, por sua vez, a dos jesuítas ao finalizar do século XVIII.

No Ocidente, todas essas "Ordens de Cavalaria", quer militares, quer religiosas, não se fizeram "Guardiãs da Terra Santa?"

Existem, entretanto, na América do Norte, duas Ordens, ou "sociedades secretas", que nada possuem de iniciáticas, nem honra fazem aos termos, tantas vezes empregados neste estudo, ou sejam "cobertura exterior, círculo de Resistência, etc." Referimo-nos a The Knights of Columbu ("Os Cavaleiros de Colombo") é a famosa Klu-Klux-Klan. Vultoso é o número de crimes por ambos praticados.

Pois bem, a primeira é para o Catolicismo, o que a segunda é para, o Protestantismo: o meio mais criminoso que se possa imaginar, de defesa.

O leitor desta revista, deve estar lembrado, que em um de nossos, antigos estudos, tivemos ocasião de transcrever "O Juramento dos Cavaleiros de Colombo". Tudo quanto no mesmo se promete fazer, em nome da Divindade, é suficiente para destruir por completo, os alicerces de uma religião, par mais sólidos que eles se tenham mantido até a presente data.

Contrariamente a isso, mas as "Sociedades secretas" do mundo – as verdadeiras, e não, as mas acima referidas, e outras tantas, que ensanguentam as brilhantes páginas da evolução humana, – tiveram como principal objetivo, a formação de uma Fraternidade Universal, sem distinção de raça, crença, casta, cor, etc. para não dizer, desde logo, a espiritual Unificação de todos os seres de que se compõe a Grande Família Humana.

Tais Fraternidades representam o esforço de todos esses Grandes Iluminados que ao mundo têm vindo, chamam-se Rama, Moisés, Krishna, Buda, Tíssoo, Lao-Tsé, Confúcio, Jesus, Apolônio de Tiana e outros mais...

 

Para que ninguém se admire da expressão "cobertura exterior", empregado nas velhas escrituras, em relação com a a parte exotérica ou profana dos "centros iniciáticos" apontamos um termo, muito bem aplicado, de que fez uso Saint-Yves d’Alveydre, em uma de suas obras, ao falar nos “Templários de Agartha”. Sim, porque todas as iniciações cavalheirescas ou não, têm por origem a referida região agartina, de que tanto nos ocupamos em vários de nossos escritos. Donde, por exemplo, na parte deste estudo dedicado a Paracelso, falamos nos "22 Templos (donde Templários) dos Trachi-Marus (ou Tachu~Marus) ". Por isso mesmo, forças "exteriores", se bem que "inferiores" por viverem no seio da terra, em defesa de uma Obra da mais elevada espiritualidade. O mesmo termo Maruth ou Marutha, em sânscrito, quer dizer: "Sarça". E o "marú" japonês, equivalente a "vapor” dá idéia, ainda, desse termo tão antigo, quão precioso, isto é, Tachú-Marú... Equivale, ainda, a certa Ordem secreta – entre as 3 denominadas de Dragões: o de Ouro ou amarelo, o de Prata ou Azul e o de Ferro ou Vermelho. Existem por aí, outros Dragões, que a bem dizer, já são por sua vez outras "coberturas exteriores" para os que acabamos de apontar.

"Pai João, Joam, Jim au Jina", outro não é, senão, o "mundo-jina" ou aquela Região antes referida, com o nome de " Agartha, se inúmeros são os que A definem, nas diversas tradições ainda existentes na face da Terra... Mais uma vez: VISITA INTERIORA TERRAE RECTIFICANDO INVENIES OMNIA LAPIDEM, que tanto se lhe aplica, como aos condes de Cagliostro, S. Germano e outros mais... Sim, as Sete préciosas letras que compõem a chave franco-maçônica: VITRIOL.

Em certas representações de Janus (Johanus, Jinas, ebc. ) não são, também, os dois referidos Poderes, simbolizados por "uma chave e um cetro"? O Poder temporal e o Poder Espiritual. Do mesmo modo, no Taro, o Imperador e o Papa, com os aspectos femininos:

Imperatriz e Papisa, isto é, arcanos 2, 3, 4 e 5 (letras hebraicas: Beth, Ghimél, Daléth e Hé ).

As mesmas iniciais J H S a que a Igreja deu uma definição completamente estranha à verdadeira... definem esse mesmo "Governo Espiritual do Mundo". Diremos apenas o que é possível dizer-se, "não de boca para ouvido", como exigem as grandes iniciações, mas... escrito, pelo que assumimos todas as responsabilidades que nos pudessem acarretar: H J S quando se trata do homem, ou algo divino em função na Terra; J H S, ou o H central, para as 2 extremidades; colunas ou Ministros, esse mesmo "algo divino", feito homem. E em nosso idioma, como um dos mais sagrados, se a ele coube o da "Missão da sétima sub-raça" (ou 7 Raios de Luz), não se escreve "HOMEM" com H? Por isso, mui natural é que fique antes do J, quando, de outro modo, deveria ficar depois...

Com outras palavras: "Homem feito Deus e Deus feito Homem". Pos isso que Cagliostro, S. Germano e outros mais... quando se lhes perguntava "quem eram", respondiam invariavelmente: EGO SUM QUI SUM, isto é, "Eu sou quem sou"... E paremos aqui.

Volvendo ao termo "Pai João", procede ele, mais Ou menos... da época de S. Luiz, nas viagens de Carpino e de Rubruquis. O que mais complica o assunto, é que, segundo alguns, teria havido "4 personagens portadores do título", na razão, dizemos nós, dos 4 referidos arcanos do Taro, de que fala-mos anteriormente, as 4 Jerarquias em função na Terra, e outras coisas mais, que não vêm ao caso apontar. Encontravam-se eles: no Tibete (ou melhor, no PAMIR... na Mongólia, na Índia e na Etiópia, preferimos, entretanto, apontar para este último, o Egito... Questão apenas de "opinião". Também poderiam ser 4 representantes do mesmo Poder, mas, em verdade, "um aspecto masculino no Egito, para um aspecto feminino na Índia", tendo por formas laterais, colunas ou Ministros, o aspecto masculino na Mongólia, e o feminino... em Palmira, se o quiserem. Uma rainha que, por se ter afastado um pouco das suas funções, faltou-lhe "o Verbo divino"... Outro assunto, que não pode ser discutido, embora que o conheçam os membros mais avançados do nosso Colégio Iniciático mais conhecido com a STB (Eubiose).

Dizem, também, que Genghis-kan", quis atacar o reino de "Pai-João", porém – o que é muito natural por ser o interior da Terra, lugar das "Forças cósmicas ou Laboratório do Espírito Santo, como o indicam as escrituras teosóficas – aquele o repeliu despedindo raios contra os seus exércitos. E como Genghis-kan – ao lado de Tamerlão e Átila – mesmo que em épocas diferentes – representassem uma Trindade caótica ou maldita para a Divina, a excelsa, que agora já os leitores A conhecem – também soará a hora em que "o Reino de Pai João" se manifestará, justamente, quando "tiver terminado tão trágica maneira de se "separar o bom trigo do joio", isto é, a Gemente selecionada para o Novo Ciclo portador de melhores dias para o mundo, da semente apodrecida, que não poderia germinar e produzir bons frutos, em terreno por demais cansado...

Fala bem alto, a manúsica sentença da Obra em que a STB se acha, empenhada! SPES MESSIS IN SEMINE, ou "a esperança da colheita está, na SEMENTE" .

A referida região denominada de "Pai João", não é a mesma histórica de "Prestes João", o grande viajante por terras misteriosas. Mesmo assim, ligada, também se acha à Terra Sagrada, Agartha, ou seja, o AVALON da Lenda do Rei Artus e os Doze Cavaleiros da Távola Redonda, citada e comentada em nossa obra "O Verdadeiro Caminho da Iniciação"; por sinal que, desdobrando tal termo em AVA (avô, antepassado, etc. ) e Lom, Lohan, Chohan, na mesma razão de Eloim, que, como se sabe, são os mesmos Dhyans Chohans das escrituras sagradas do Oriente, e no Cristianismo, os Arcanjos, etc. Assim, Avalon, por exemplo, "a Terra sagrada, dos deuses, dos nossos antepassados, dos Jinas ou Gênios, Chohans", etc. pois que o mesmo termo Lohengrin. (Lohan-grim ou Jim) não possui outro significado.

O mesmo Swedenborg declara que foi buscar a "Palavra Perdida" em certa região do Tibete (uma das muitas embocaduras que conduzem aos reinos agartinos, dizemos nós) e, par sua vez; Ana-Catarina Emmerich teve a visão de um lugar misterioso, ao qual ela, chamou de “Montanha dos Profetas", por sinal que um termo muito precioso para a transcendental e complicadíssimo assunto, que vimos abordando em tão longo estudo, como é aquele que hoje apresentamos aos leitores desta revista.

E tal "ressalva" o fazemos, porque o termo “Pai João" poderia ser confundido por leitores ou pessoas não conhecedoras ainda, da terminologia ocultista e teosófica, podendo mesmo, contundi-lo com quantos "Pai João" figuram hoje no perigoso cardápio doe centros espirítas e das novas religiões africanas, inclusive em Norte-America, como grosseiras e prejudicialissímas reminiscências da desaparecida Lemuria.

O mesmo termo “Prestes" pode ser uma corruptela de Pitri, Pai, Padre, Prêtre (francês) ou Presbítero, nome este com que a lenda nos diz ter sido designado pelo próprio Papa o fabuloso personagem que se dizia imperador duma vaga região no Oriente.

No presente estudo, não nos referimos à esse misterioso ser, e sim a um outra que aparecia aos viajantes polares, região que, como se sabe, constituiu o continente hiperbóreo e serviu de berço à primeira raça-mãe dirigida pesos Pitris ou Pais Barishads.

A lenda do ''Pai João" também, se refere M. Roso de Lunna nos prodigiosos comentários feitos à obra de H. P. B ., "Páginas Ocultistas e Contos Macabros".

Enfim, desde a época dos invasores muçulmanos, "o Pai João" teria cessado de se manifestar... e começou a ser representado, quer por meio daquela referida "cobertura exterior”, até hoje, não interpretada, quer pelas 3 referidas séries de Personagens, já apontadas em outros lugares deste estudo, ou seja: o Buda-vivo, em Urga, na Mongólia; o Trachi-lama, em Chigad--sé (ou Tjigad-jé, se o quiserem) e o Dalai-lama, em Lhassa, como capital do Tibete. Agora, em tal lugar, encontra-se – devido a política dos lamas tibetanos e chineses – "misterioso pequeno" (diga-se de passagem, muito nosso conhecido...), o que não deixa de formar equilíbrio, com outro muito mais "velho", no Norte da Índia, no mesmo lugar onde estivemos em 1899/1900... e no Cairo, mais outro da mesma categoria do anterior. Uma horizontal perfeita, mantendo as antigas tradições espirituais do Oriente, para a Verdadeira, no Ocidente justamente; no continente americano, hoje transferido para o Brasil) por ser a parte do Globo, onde se processa o espiritual Movimento, das 6ª e 7ª sub-raças do ciclo ário ou manásico (de Manas, o Mental, etc.).

 

Como dissemos, em outros lugares, Jeoshua (Jesus), distribui entre seus discípulos, pão e vinho, o que deu razão ao termo "Ceia do Senhor", pois, como um Iluminado, Adepto ou Homem Perfeito, conhecia todos esses ensinamentos da referida Igreja de Melquisedec. Essa mesma "Igreja" que até hoje ensina aos homens que, para Ela se acham atraídos, a se religarem ou tornarem a ligar-se, como o estiveram em tempos afastados da História, e consequentemente, à sua Origem, na razão da sabia sentença, de S. Agostinho, ao dizer que, "Vimos da Divindade e para Ela havemos de ir", que tanto vale pela incompreendida "Parábola do Filho Pródigo, que volta à Casa Paterna"... Fenômeno esse comparável ao da Teofania entre os neoplatônicos, e o verdadeiro sentido do termo TEOSOFIA, como "Sabedoria divina", dos deuses, das super-homens, Mahatmas, Gênios ou Jinas...

 

Sim, foi por tamanhas blasfêmias, esse crime de..."desleal concorrência ao negócio lucrativo, que já em seu tempo se fazia com as coisas superiores ou divinas", julgado e condenado Jeoshua, por uma "assembléia de fariseus", a mesma que teve ocasião de dizer: "Mister se faz matá-lo; deverá sujeitar-se às mais pesadas leis terrenas; crucificado deve ser o impostor "... Muito antes, já selava a pacto infernal de semelhantes "pontífices", o beijo de um traidor... Esse mesmo traidor que aparece sempre na vida de todos os Iluminados.

 

KUNATON E A ORIGEM DAS SOCIEDADES SECRETAS

 

1370 anos antes de Jeoshua, já o grande faraó, que se chamou Amenophis IV, por outro nome, KUNATON ("o amado de seu Pai Aton", o Logos, "ou disco Solar", Zero astro, etc.. para o qual, hipostática, teofânica ou teosoficamente apelava a mesmo Jeoshua, com estas palavras: Elli ! Elli, lama sabachtani!...) procurava implantar na Terra, o antigo "Reino de Deus" – adveniat ad regnum tuum... –, destruindo o falso deus dos sacerdotes de então, ou seja Amon-Ra para substituí-lo pelo verdadeiro ou ATON... (Vide nosso estudo Amenophis IV au Kunoton, nº 107-108 desta revista).

 

Kunaton foi, pois, a Origem de todas as Associações secretas, melhor dito verdadeiramente espiritualistas, até hoje existentes no mundo, Por isso mesmo, a "expressão máxima do mesmo Melquisedec na face da Terra", E a prova, que possuía Dois Ministros ou Colunas vivas (como aquelas do Templo de Salomão – Jakim e Bohaz), com os nomes egípcios: Morirá, como "sumo sacerdote", e Mirtaba (ou Mirtabah) 51 ao mesmo tempo, na administração e na Justiça do País. Nesse caso, Sabedoria e Justiça, enquanto Ele, Kunaton, no centro, o Amor para com todos os seres da Terra...

 

Se o nosso querido leitor de hoje for o mesmo que leu o nossa artigo Reminiscências atlantes, em o numero 104 desta revista, compreenderá a razão pela qual afirmamos que, "em sete partes do Globo – como verdadeiros Marcos espirituais se manifestam as Sete Trombetas da visão de Ezequiel, como se dosem o próprio Eco de nossa Obra repercutindo em sete direções diferentes na face da Terra, se Ela representa a "Oitava". (sim, na razão de um Sol Central (S. Lourenço, onde a mesma nasceu) e sete astros ao redor... Srinagar, 1900! S. Lourenço, 1921! (Fazem 21 anos que viemos do Oriente! Fazem 21 anos que a Obra espiritualmente nasceu! Salve o ano 1942, cuja soma sendo 16, equivale ao Arcano: A Casa de Deus. Srinagar! S. Lourenço! Alfa e Ômega de tão excelsa Missão! Berço e túmulo dos "Gêmeos espirituais"!

Que a Paz volte a reinar na face da Terra em nome do Amor, da Verdade e da Justiça!

51 Como se disse na anotação anterior, Mahima e Mahinga, para certas tradições, representam os Dois Ministros do "Rei do Mundo".

Do mesmo modo que, Morirá e Mirtaba como se viu no texto, foram os Ministros de Kunaton, no Egito. É de notar, a coincidência da letra “M", para tais cargos, envolvendo, muitas vezes, a mesma Coluna Central, ou seja o Rei ladeado por seus dois Ministros ou Colunas. O mesmo termo "Melquisedec", o indica.

Em certo rito maçônico egípcio, tal Trindade é representada pelos nomes: Memphis-Misraim-Maisin. Trazidos para certo ramo desvirtuado, maçônico, ou seja, o da famosa Mafia esta o traduziu, em relação aos dois Ministros, como “Mafia Mata"... E achou que deveria tirar a vida do próximo, pelos motivos mais fúteis.

O mesmo "Rei do Mundo", é chamado nas escrituras orientais, já como Maha-Deva, Muni-Jagad (ou Jagat, se o quiserem) – Dvipa, ou seja sempre a mesma letra "M". Sem falar, nos mais preciosos, na razão do mesmo Planetário da Ronda, que é Maitri ou Maitréia, tambem relacionados com o de Mitra (divindade persa comparável a Mercúrio, etc.).

E tudo isso, proveniente de certo mistério acontecido nos tempos atlantes, através de uma parelha manúsica, cujos nomes Muiska (o homem) e "Mu-Ísis (a mulher), deram ainda origem a outros muitos. Inclusive, o Muisk, Moise, Moisés, etc. e até o de Mosca ou Moska, das lendas americanas.

Deveis estar lembrados, que em nosso estudo Reminiscências Atlantes, apresentamos uma, personagem interessante, para a qual apelava o povo, quando do momento da grande Tragédia. Referimo-nos ao sacerdote Mu-Ka.

Makaras por sua vez aqueles que, na terceira raça-mãe deram mental aos homens. Em resumo, tal letra, invertida e entrelaçada, além de uma palavra sagrada jina cujo significado é proibido revelar, quando separada serve para indicar o signo aquários.

 

O Mistério de MELQUISEDEC e o Emblema da Pedra Filosofal. Reprodução A A gravura da página 5, da obra "MELQUlSEDECK Y EL MISTERIO DEL FUEGO", de Manly P. Hall (Editorial "Cultura" de Santiago de Chile). Este conjunto do símbolos altamente significativos, expressa, entre outras coisas, o mistério do Andrógino Divino e das Jerarquias Criadoras, que, por sua vez, intimamente ligado se acha ao Maior de todos os Mistérios: o do Culto de Melquisedec e do Governo Espiritual do Mundo.

 

Por tudo isso, e muito mais ainda, "queridos leitores-irmãos", podeis avaliar as excelsitudes da Obra em que a STB (Eubise) se acha empenhada, se é Ela, talvez, a filha predileta do Culto de Melquisedec, já nas mãos, outrora, do mesmo KUNATON.

 

PÉROLAS CAÍDAS DOS CÉUS...

 

Um dos mais apoteóticos avataras da Divindade na Terra (a parte o pleonasmo) foi através de Ieseus-Krishna, que se deu 3500 anos antes da chamada Era cristã 52 e 2800, mais ou menos, da de Gautama, o Buda, no corpo do príncipe Sidharta. Embora se julgue o contrário, consideramos, entretanto, o segundo como se fosse a mais preciosa de todas as Pérolas do Diadema de Adi-Budha ("a Causa Primordial"...) roladas na Terra, se tal Ser representa a Síntese de toda a Evolução Humana até a época de sua Manifestação e... talvez mais, ainda, uma espécie de "saque espiritual contra o futuro", a ponto de um dos preclaros membros da Linha dos Kut-Humpas afirmar que, "era o mesmo Gautama, um ser da 6ª ronda". E nós estamos na 4ª !... Razão, também, de Blavatsky afirmar que o grande "Shanharâchârya possuía os princípios outrora ligados a Gautama". Sim, porque, se shankarâchârya foi o primeiro a dizer: "Parabrahman é Karta (Purusha), pois que não existe outro Adhishtâthâ (o agente ativo em Prakriti, ou a matéria) e Parabrahman é Prakriti, pois que outra substancia não existe, logo é possível admitir que o Gautama "astral", ou o Nirmanakaya, foi o Upadhi (veículo) do espírito de Shankarâchârya". Nós chamaríamos a isso, um fenômeno tulkuístico dos mais transcendentes (Vide "O Tibete e a Teosofia" publicado nesta revista, capítulo dedicado ao "tulkuísmo" tibetano, etc.). Sim, porque, em nossa fraquíssima opinião, não existe um Ser, por mais elevado que seja, isento de um governo, de uma força viva, mesmo que em planos superiores, ou com outras palavras, que não seja dependente de um outro de categoria imediatamente superior.

 

Nesse caso, em linguagem um tanto velada, afirmarmos que, depois de tão sublime manifestação, como foi a de Gautama, o Buda, dele mesmo nascidas, outras pérolas – maiores e menores – vieram enriquecer o mundo com o fulgor da sua Palavra, se em humanas criaturas, por força de Lei, tiveram que se transformar, chamem-se Lao-Tsé, Confúcio, Pitágoras, Zoroastro, Jesus (Jeoshua Ben Pandira "o filho do Homem"), Tyani-Tsang, Apolonio de Tiana, e outros mais. 53

 

52 Note-se a semelhança entre os nomes Ieseus-Krishna, e Jesus-Cristo, o que corroborou para o escritor francês Louis Jacolliot, em sua obra “La Bible dans l’Inde" procurar demonstrar que o Cristianismo estava vazado na vida do referido Ser, sem faltarem os menores detalhes, inclusive, a anunciação de um Anjo à Virgem-Mãe do pequeno, as próprias palavras, etc., etc.

53 "Pérolas", ainda, de vários tamanhos e valores – segundo suas diversas jerarquias – aquelas com que a Grécia procurou cercar as maiores nascidas em uma época tão pródiga de favores celestes, como foi aquela a que aludimos no texto. São tantas, que uma simples anotação, ou mesmo, um livro não daria para apontar todas elas. Fica isso para um outro estudo, caso possamos ainda permanecer por algum tempo na face da Terra...

 

E como Cristo e Buda tenham o mesmo significado, isto é, "o sábio, o ungido, o Iluminado", citamos dois trechos de imenso valor, transcritos de escrituras sagradas, um das do Ocidente e outro das do Oriente:

Dizem os ensinamentos gnósticos: “Quando Ele (o Espírito de Cristo) tiver recolhido todo o Espiritual, toda a Luz (que existe na matéria) do império de Ildabaoth, a Redenção se fará, para o mundo, porque este terá chegado ao fim (o fim da evolução, dizemos nós).

Dizem, por sua vez, os Budistas: "Logo que Buda, o Espírito da Igreja, (espírito coletivo, tal como o próprio termo Cristo) tiver ouvido soar a hora, Ele enviará Maitréia-Buda – depois do que o mundo será destruído" .

 

Sim, devido a tão grande mistério acontecido na História da Evolução Humana, ou seja, o havido com o estranhíssimo fenômeno da vinda de tantos Seres, quase ao mesmo tempo, seus discípulos ou apóstolos, foram, em verdade, os fundadores de todos esses Centros de espiritual irradiação por toda a face da Terra, perdurando alguns até hoje, embora que, envidando os maiores esforços para reavivarem as frias cinzas de um passado de glórias...

Do ponto de vista propriamente dito "cristão", foi dos referidos alicerces que Paulo, o Grande Iniciado, ousou fundar a sua Igreja. Todos aqueles que depois de Paulo procuraram fundar outras tão poderosas como a sua, não conseguiram uma obra duradoura, porque e além do mais, não se apoiavam nas invisíveis Forças do poderoso Culto de Melquisedec".

 

As próprias bases do Cristianismo se assentam em tão prodigiosos alicerces.

"A escola de Platão", diz Eliphas Levi na, sua História da Magia, "prestes a extinguir-se, lançou em Alexandria uma grande luz; mas já o Cristianismo, triunfante depois de três séculos de combates, assimilara tudo que havia de verdadeiro e durável nas doutrinas da antiguidade (para corroborar tudo quanto há longos anos vimos dizendo a respeito) . Os últimas adversários da religião nova (?) julgavam deter a marcha dos homens vivos, galvanizando as múmias. O combate não podia lá ser mais sério e os pagãos da escola, de Alexandria, trabalhavam mal de seu grado e sem saber, no momento sagrado que elevavam para dominar todas as cidades, os discípulos de Jesus de Nazaré" (não se deve esquecer que Eliphas, Levi, um homem talentoso e um pouco conhecedor da Magia – não tanto quanto se pensa – era um tomo disfarçado do Sr. Mirville, ora enaltecendo o Cristianismo, ora fingindo que o atacava, para poder novamente erguê-lo mais adiante, o que vem demonstrar, ao menos em relação ao segundo, que bem pago estava pela Igreja O mesmo termo “Jesus de Nazaré” comprova o que acabamos de dizer, porquanto Jesus, ou antes "Jeoshua", não é filho de semelhante cidade, mas, Iniciado na seita de Nazur – donde nazareus ou nazarenus – como prova, os seus cabelos rentes ao ombro, como usavam os membros da referida seita, (como estamos fartos de ensinar).

Amonio Sacas, Plotino, Porfírio, Proclo, são grandes nomes para e ciência e para e virtude. Sua teologia era elevada, sua doutrina moral, seus costumes austeros. Mas, a maior e a mais tocante ligara deste época, a mais brilhante estrela desta plêiade, foi Hipáthia, filha de Theon, esta casta e sábia filha, que sua inteligência e suas virtudes deviam conduzir ao batismo, mas que morreu mártir da liberdade de consciência, quando empreenderam arrastá-la a ele.

Na escola de Hipáthia, formou-se Sinesio de Cirene, que foi mais tarde bispo de Ptolomeida, um dos mais sábios filósofos e o maior poeta do Cristianismo das primeiros séculos; era ele quem escrevia:

"O povo escarnecerá sempre das coisas difíceis de compreender; ele tem necessidade de imposturas."

Quando quiserem elevá-lo à dignidade episcopal, ele dizia, em carta dirigida a um de seus amigos:

“Um espírito amigo da sabedoria (amante da verdade ou "philaletheo", dizemos nós) e que contempla a verdade, é forçado a mascará-la para que seja aceita pelas multidões. Há de fato uma grande analogia entre a luz e a verdade, como entre nossos olhos e as inteligências ordinárias. Se o olho recebesse de repente uma luz muito abundante, ele seria deslumbrado, e os clarões temperados da sombra são mais úteis àqueles cuja vista é ainda fraca (eis aí, dizemos nós, e verdadeira razão da existência das religiões; sim, criadas, todas elas, para "impúberes psíquicos", almas jovens, de pouca inteligência, ainda...); é por isso que, no meu entender, as ficções são necessárias ao povo, e que a verdade se torna funesta aos que não têm força de contemplá-la em todo seu fulgor. Se, pois, as leis sacerdotais permitem a reserva dos julgamentos e a alegoria das palavras, eu poderei aceitar a dignidade que me propõem, com a condição que me ser permitido ser filósofo em minha casa, e fora dela um narrador de apólogos e parábolas... (todo o grifo é nosso, além do mais, como demonstração de "aplauso") . Que podem ter de comum, de fato, a vil multidão e a sublime sabedoria? A verdade deve ser guardada secreta e as multidões têm necessidade de um ensino proporcional à sua imperfeita razão."

E nada disso, dizemos nós, é fazer política, é conspirar contra o que ou quem quer que seja. Sim, porque, um verdadeiro filósofo só pode "conspirar" contra uma coisa: a humane ignorância, como causa de todos os seus sofrimentos. Já nas escrituras orientais se diz:

“Todo o sofrimento humano provém de Avidya" (ignorância, para Vidya, conhecimento).

E Eliphas Levi critica a seguir, a opinião de Sinesio, querendo compará-la com "ensino público", por esquecer ou fingir que esqueceu...

que não sa podre ensinar, mesmo em ciência profana, senão por etapas ou graus de adiantamento, de acordo com os conhecimentos obtidos pelo aluno. Fora disso, é querer estabelecer confusão num mental ainda em preparo. Talvez fosse por isso que, o mesmo Eliphas Levi tivesse terminado com o seu, um tanto desarranjado, pouco importam opiniões contrárias... Sim, pois, foi ele mesmo quem o afirmou em outro livro seu, que, "desde o momento em que procurou evocai Apolônio de Tiana fazendo uso (por distração) da espada, ao invés da bagueta, o choque psíquico que levou em tal ocasião, nunca mais o livrou de semelhante .preocupação" etc. O que importa dizer que, além do referido choque, ficou a auto-sugestão, o temor, que já em si, é um estado mórbido, seja para quem for... Além do mais, evocador ou animista, e não espírita, por ser termo impróprio às coisas do Astral...

 

Foi, pois, daí que surgiram as várias "Cavalarias cristãs do Ocidente" 54 que tanta influência tiveram no cérebro de nossos antepassados, e que agem ainda hoje, no da maioria dos seres humanos; o que se pode chamar de "Inúmeras ramificações da mesma Árvore", já em si, carcomida, prejudicada... exangue, se tal termo pode ser aplicado no caso vertente, devido à influência parasitária ou vampirizante dos perigosos enxertos, mais conhecidos pelos nomes de Superstição e Fanatismo.

 

Por isso, mister se fazia a aplicação de uma nova e potentíssima "Seiva espiritual", para robustecer esse mesmo Tronco da "Árvore da Vida", que se confunde com uma outra mais secreta, à qual sempre preferimos chamar de "Árvore genealógica dos Cabiras (ou Kumaras).

 

Não foi o Espírito de Verdade (o Planetário da Ronda) quem, pela Boca de Krishna, fez ver ao seu discípulo Arjuna (Vide Bhagavad-Gita, ou "o canto do Bem-aventurado") que, "Todas as vezes, ó filho de Bhárata! que Dharma (a lei justa) declina e Adharma (o contrário) se levanta, Eu me manifesto para salvação dos bons e destruição dos maus. Para restabelecimento da Lei, Eu nasço em cada Yuga (idade)"...?

Que dizer do afastamento atual da Humanidade dessa mesma Lei a ponto do mundo, em sua quase totalidade, estar sendo destruído? Sim, é o próprio mundo que se suicida, destrói-se por suas próprias mãos, enquanto Ele, "o Espírito de Verdade" procura construir um novo mundo... Ai daquele que não compreender o grande Mistério contido em semelhantes palavras! Este, por sua vez, destruído será com o velho mundo. Um ciclo que se apaga; um ciclo que renasce de suas próprias cinzas!... Destruere et construere!...

 

54 Carlos Magno com seus doze “pares de França” – é algo semelhante ao rei Artus e seus doze cavaleiros (os Cavaleiros da Távola Redonda, simbolizando ainda, os doze signos do Zodíaco). Vemos o mesmo símbolo do ponto de vista religioso em Jesus (ou Jeoshua) e seus Doze apóstolos. Doze são, ainda, os Goros (sacerdotes) do “Rei do Mundo”, já então no que respeita a este – como Rei dos Reis, senhor dos dois poderes: o Temporal e o Espiritual. Razão de ser representado, com uma cruz e uma espada (em Magia, Bagueta e Espada, na razão do “solve e coagula”, muito bem expresso no cumárico arcano 15 do Taro.)

Carlos Magno é o verdadeiro príncipe dos encantamentos e da “feerie”; seu reino é como uma parada solene e brilhante entre a barbárie e a idade média; é uma aparição de majestade e de grandeza, que lembra as pompas do reino de Salomão (Salomão, Melquisedec, de certo modo, o mesmo Carlos Magno, não são, senão, representações vivas do mesmo “Rei do Mundo”. É o tradicional Akdorge das lendas transhimalaias, ou o famoso guerreiro, donde foi copiada a vida do S. Jorge cristão, pois, do presente não lhe falta coisa alguma: o cavalo branco, o dragão alanceado debaixo das patas do cavalo, etc. É uma Ressurreição e uma profecia. Nele, o império romano passando sobre as ruínas gaulesas francas, ressurge em todo o seu esplendor; nele, também, como num tipo evocado e realizado por adivinhação, mostra-se de antemão o império perfeito das idades da civilização amadurecida, Império coroado pelo sacerdócio e apoiando seu trono contra o altar.

Com Carlos Magno, começam a “a era da cavalaria” e a epopéia maravilhosa dos romanos; as crônicas do reino deste príncipe assemelham-se todas à história dos quatro filhos de Aymon ou de Oberon, o encantador (todos os contos infantis de guerreiros, de príncipes emcantadores, etc. etc. são vasados nas mais antigas iniciações, já procedentes da Atlântida, e não apenas, de Carlos Magno, que foi um dos seus mais preciosos símbolos). Os pássaros falam para indicar o bom caminho ao exército franco perdido nas florestas; colossos de bronze surgem eretos no meio do mar e mostram ao imperador as vias abertas do Oriente. Rolando, o primeiro dos paladinos, possui uma espada mágica, batizada como uma cristã e chamada Durandal (Durindana, melhor dito, cuja origem é Duat-randa, ananda, etc. em referência ao mundo-jina ou de Duat, também chamado, do povo Thuata de Dananda). Fazemos lembrar aquela espada, citada na parte referente a “Paracelso”, desta “Seção dedicada a São Lourenço” nesta Revista, e da qual o mesmo não se apartava. O bravo fala à sua espada, e ela parece compreendê-lo, nada resiste ao esforço deste gládio sobrenatural. Rolando possui também uma trompa de marfim artisticamente trabalhada (comparável às conchas, que sopravam os guerreiros da famosa

batalha do Mahâbharâta, de que foi um dos heróis, o mesmo Arjuna). Sim, essa encantada trompa (com vista, ainda à Flauta Mágica de Mozart, que muito caro lhe custou...!). que o menor sopro produzia nela um ruído que se ouvia a vinte e duas léguas (e não vinte, como dizem as lendas, se ela mesma, através do seu som, tinha que percorrer, etapa por etapa, os 22 Arcanos Maiores...) e que fazia tremer as montanhas (isto é, era percebida pelos Gênios das Montanhas, os guardiães das embocaduras sagradas da Agartha, para que viessem em auxílio de todo e qualquer Herói, além do mais, conduzindo-os ao referido Mundo Jina ou de Duat, a que nos referimos anteriormente). Quando Rolando, sucumbindo em Roncevaux, antes esmagado do que vencido, levanta-se ainda, como um gigante sob um dilúvio de árvores e de rochas movediças, toca a trompa e os sarracenos entram a fugir. Carlos Magno que está a mais de dez léguas distante (algo assim, como se estivesse no cume... da Árvore Sefirotal...), ouve a trompa de Rolando e quer ir em seu socorro; mas é impelido pelo traidor Ganelon (símbolo caótico ou do Mal, para o do Bem, que era o mesmo Carlos Magno, semelhante a Davi e o Gigante Golias, Goliath, êsno ou Ganelo) que vendeu o exército francês aos bárbaros. Rolando vendo-se abandonado, abarca uma última vez sua Durandal (ou Durindana), depois, reunindo todas as forças, bate com ela num quarteirão de montanha, o qual se fende sem que Durandal se despedaçasse (a proteção dos gênios da Montanhas sagradas, a que nos referimos anteriomente). Rolando a aperta contra o peito (como fazia o mesmo Paracelso... e morre com porte tão altivo e nobre que os sarracenos não ousam descer para dele se aproximarem e lançam ainda, apavorados, uma saraivada de flechas contra seu vencedor que não mais existe...

(História da Magia, com as devidas correções e comentários do autor deste estudo).

A tradição oculta atribui o Enchiridion – com as mais belas preces cristãs, os mais ocultos caracteres da Cabala – a Leão III, e afirma que ele foi dado pelo pontífice a Carlos Magno, como o mais raro de todos os presentes. O fato, porém, que tal livro é de uma outra autoria, que não vem ao caso apontar. Nas mesmas condições, “A Imitação de Cristo”, de que até hoje ninguém conhece o autor.

O soberano proprietário deste livro e dele sabendo dignamente servir-se (como aqueles que foram atirados ao fogo pela sibila por não querer dos mesmos se servir... outro imperador, pois, alguns há que preferem guiar-se por sua cabeça... para caírem algum tempo depois, e não, pelos sábios conselhos de que os dá graciosamente ou de modo protecional... para salvar, muitas vezes, um povo ou nação, da ruína e da desgraça), devia ser o senhor do mundo. Esta tradição não é talvez, para ser desdenhada. Ela supõe:

1. A existência de uma revelação primitiva e universal (a mesma Teosofia através dos seus mais antigos nomes), explicando-os com os mistérios da graça, conciliando a razão com a fé, porque ambas procedem da mesma Origem e concorrem para esclarecer a inteligência por sua dupla luz.

2. A necessidade de ocultar esta revelação à multidão, receando-se que ela não viesse abusar, como o faz com simples descobertas, (como a da aviação, que deveria encurtar distâncias, por isso mesmo aproximando os povos entre si... e no entanto, tornou-se o mais perigoso de todos os meios de destruição!), interpretando-se mal e para que não empregasse contra a fé as forças da razão, ou mesmo, as potências da fé para desviar a razão, que o vulgo nunca compreende como deve.

3. A existência de uma tradição secreta reservando aos soberanos pontífices e aos senhores temporais do mundo, os conhecimentos êstes mistérios (os quais se acham sob a guarda daquele a quem denominamos de Rei do Mundo, Melquisedec, o nome que lhe quiserem dar, contanto que, a Origem desses mesmos mistérios...).

4. A perpetuidade de certos sinais ou pentáculos exprimindo tais mistérios, de modo hieroglífico e só conhecido dos Adeptos. Nesse caso, o Enchiridion seria uma coletânea de preces alegóricas, tendo por chaves, os pentáculos mais misteriosos da Cabala.

 

 

Dhâranâ nº 110 – Outubro a Dezembro de 1941 – Ano XVI – Sociedade Teosófica Brasileira –

1963, Sociedade Brasileira de Eubiose.

Compilado por: Eliseu Mocitaíba da Costa