Identificação Manuel Noronha A mesma paz na rosa e na amplidão No perfume que sobe do incensário, a mesma paz no túmulo e na aurora, na renúncia,
na ausência e no perdão.... A mesma paz nos olhos do
astronauta mergulhado no tempo
irreversível. A mesma paz dos náufragos
sonhando entre os
templos da Atlântida submersa... A mesma paz no escasso e na
amplitude No orvalho e na galáxia
exterior, Na compaixão, no amor e na
piedade... A mesma paz. Meu Deus, que neste
instante, Desceu da tua graça inexaurível, Sobre esta escura e fraca humanidade. |
A Chama Oculta Manuel Noronha Avalanches fictícias Lançam pedras oníricas no teu
rosto, duras palavras
chovem como chispas eletrônicas sobre a ta
suscetibilidade, gritos lancinantes
de socorro perfuram as
trevas e os
inocentes são massacrados no écran do teu
pesadelo! E te arrojas e te prosternas e de
te arrastas ante terrível divindades soluçando clemência, soluçando misericórdia aceitando penitências
e anátemas... Contudo, no fundo de ti mesmo se
ergue um altar de silêncio, Um sacrário de paz Onde a chama de igualdade absoluta arde verticalmente e se
projeta ao encontro
de Deus acima de tua mente! |
Liberação Manuel Noronha Quando afinal, ausente de mim
mesmo e,
mais que ausente ou alma fugitiva, tornar-me
em Deus, consciência rediviva, liberado do
ego transitório... Quando mercê de um ato meritório ou descensão de algo transcendente conseguir transformar
o contingente em pura
substância imperecível... Então o que era em mim
corruptível pela via
de Deus, alta e direta encontrará sue
claro itinerário... E a chama da pureza ressurreta por toda
a direção da eternidade arderá no
meu íntimo sacrário! |
Auto Exortação Manuel Noronha Que o tumulto dos elementos
triturados – duro amálgama
nas mãos de Deus – Não te constranja ao desespero e à queda. A perfeição é banhada de
pranto e o
doce amplexo divino, vem como
a aurora depois da noite, como o planalto
depois do abismo, como o
sorriso depois das lágrimas! |