INTRODUÇÃO À COSMOGÊNESE

 

O ser humano, de acordo com a Lei Universal, é responsável por aquilo que faz, e deixa de fazer, isto é, como portador do chamado Princípio de Ahankara ou Princípio da Egoidade, que lhe outorga a faculdade de orientar-se para o lado positivo ou para o lado negativo da Evolução. Assim é o homem capaz de autoperceber-se e, se o quiser, de seguir o Caminho que o levará à suprema libertação das cadeias da ignorância, as quais tolhem os seus movimentos e cegam a sua visão espiritual, mas, se assim não o quiser, poderá ele renegar a sua própria condição humana, ou seja, a sua própria espécie, definida como portadora da essência mental (homem, do sânscrito – “portador do mental”). Deste modo, através do livre-arbítrio (que caracteriza o que chamamos de Reino Hominal, pois os animais não o possuem), torna-se o homem condutor de seu próprio destino, ou seja, pode ele ascender aos páramos da Inteligência Criadora, Divina, ou precipitar-se no mais negro dos abismos: o da ignorância, tão comum quanto trágico.

Quem não evolui anda para trás, e andar para trás é caminhar em direção à morte espiritual. Para que tal não aconteça, urge que façamos jus ao amparo da Lei Universal, cumprindo aquela sentença iniciática, sempre ditada por todos os Avataras, qual seja: “Conhece-te a ti mesmo”! Esta máxima, apesar de apregoada através dos tempos e de ter sido adotada como requisito fundamental por várias correntes filosóficas, continua no olvido e no desprezo da maioria da humanidade.

Ora, autoconhecer-se significa responder às perguntas da Esfinge que todo ser humano possui em seu interior, e que são: “de onde vens?”, “quem és?”, “para onde vais?”; significa ainda situar-se, conscientemente, dentro do contexto universal da Evolução Divina, que se processa através do homem; e saber que a criatura humana, como pertencente à mais elevada Natureza (ou Reino) já realizada, tem o DEVER de se tornar um elemento consciente e participante no grande labor cósmico de transformação da Vida-Energia em Vida-Consciência! Se assim o fizer, o ser humano passa a constituir um número significativo dentro da economia cósmica, trabalhando, em conseqüência, como um “ator” e não  como um mero “espectador”, na grandiosa peça do desenrolar evolutivo através dos universos.

Mas, o que é Evolução? Para esclarecermos isto, é necessário irmos ao começo das coisas. Evolução, do latim “evolutione”, significa: “desenvolvimento progressivo de uma idéia; cada um de uma série de movimentos harmônicos, ou que determinem a passagem de uma posição à outra”. Tudo isso nos fala bem claro, a nós, cultores da Ciência Iniciática das Idades ou Eubiose, pois, a partir de movimentos da Idéia Divina, da Ideação Cósmica, nasceram todas as séries de movimentos harmônicos, os universos sucessivos, por onde perpassa a Onda de Vida. Sim, pois não há apenas um universo, mas uma série infinita deles. E não podemos esquecer também que, ao contrário do que aprendemos na escola e nas religiões, o universo não é infinito. Ele teve um início e, portanto, terá um fim. Tudo o que pode ser criado, pode ser destruído. É um absurdo filosófico pensar-se em uma coisa que teve um princípio, mas nunca terá um fim. Se algo é infinito, ele dura eternamente, tanto em direção ao passado, como em direção ao futuro.

Os universos, portanto, são cíclicas objetivações, no plano manifestativo, que chamamos de Físico-Cósmico, do Princípio Imanifestado que, segundo a Ciência Eubiótica, pode ser denominado ASAT, o Sem-Nome, a Causa das causas, o Absoluto, o Incriado, etc., mas que é a eterna e imperecível Essência, inconcebível, no entanto, até para as mais elevadas mentes, as “dhyan-choânicas”. Assim, qual sístoles e diástoles cósmicas, são os universos formados e dissolvidos segundo as distensões e contrações do corpo inabarcável deste grandioso Ser Inefável e Sem Limites que o vulgo chama de “Deus”, mas que na verdade, é uma Lei, um Princípio, uma Consciência.

Vemos, deste modo, que a Lei da Polaridade preside o mecanismo pulsante da Evolução, isto é, a partir da cíclica oscilação entre os pólos: manifestado e imanifestado, caminha a Divindade, na sua trajetória evolutiva, em direção ao Infinito... Desta maneira, no cumprimento do Plano Arquetipal Cósmico, seguindo suas linhas, condutos e traçados, e a partir do CAOS absoluto inicial (que a nós, seres limitados, parece ser a Suprema Harmonia), começa o processo de diferenciação de um universo, de acordo com os valores divinos encerrados no número 137. Este sagrado número nos revela a CHAVE do mecanismo manifestativo de um universo, ou seja, a Lei Universal, que a tudo e a todos rege, é UNA em Essência, TRINA em manifestação, e SÉTUPLA em Evolução...

Da Não-Existência inicial, definida por um sábio como “um círculo, cujo centro está em tudo e cuja circunferência não se encontra em lugar algum, embora esteja em todos os lugares”... formou-se, num plano sutilíssimo, embora já manifestado, um germe divino, uma semente, DEUS em sua forma Una e Primordial, simbolizada por um círculo com um ponto central, expressando o Primeiro Degrau na escala descencional para a objetivação do divino no humano. Após essa fase, seguem-se uma Segunda e Terceira, representadas, respectivamente, por um círculo com um diâmetro e um círculo com um quadrante, designando, deste modo, a natureza trina da Divindade em manifestação.


Observemos, no entanto, que estas três etapas do processo de manifestação universal não são sucessivas, mas simultâneas, interpenetradas e interatuantes, embora distintas, o que constitui um paradoxo para as consciências aferradas às limitações rígidas da mente concreta, acostumada a tudo classificar e arquivar em compartimentos estanques, sem a flexibilidade mental e a capacidade de síntese, próprias daqueles que já utilizam a Inteligência Abstrata.

 

Deste modo, é na terceira fase que evolui a humanidade. É o plano da multiplicidade ou da diversidade, e é o plano constituído pela matéria mais densa, onde cada ser, dentro do mecanismo evolucional, tem a oportunidade de transformar o seu aspecto essencial (Vida-Energia) em Vida-Consciência, definindo-se, assim, segundo o esforço realizado, o grau evolutivo alcançado. Nesta fase transformativa, observa-se a face setenária da Divindade, refletida no plano da multiplicidade, definindo e constituindo o desdobramento setenário dos planos e dos estados de consciência, através dos quais a Mônada Humana adquire experiências.


Assim, a partir da Deidade, que é UNA em Essência e TRINA em Manifestação, formam-se, em planos setenários, Cadeias, Rondas, Sistemas, Manuântaras, Ciclos, Raças, etc., onde evolui a Onda de Vida da qual fazemos parte. Deste modo, nós, seres humanos, representando a máxima diferenciação deste desdobramento setenário (como o radical MEM de “HO-MEM”, indica: portador do Mental), temos o DEVER de saber que, somente por intermédio do desabrochar da Mente Genial, deífica, que dormita no seio de cada ente humano, é que poderemos escapar à voragem autodestruidora da humanidade atual, esquecida da existência de realidades muito superiores à mediocridade do cotidiano, a qual, no entanto, foi criada e é mantida pela própria humanidade.


E é por isso que a Sociedade Brasileira de Eubiose vem trabalhando desde 1921 no combate à ignorância e à mentira, engendradoras da malícia e da maldade, que destroem as humanas criaturas. Mas, aqueles que ouviram e compreenderam a mensagem do Mestre J.H.S. formarão a ambiência para a manifestação do Avatara Cíclico: MAITRÉIA-BUDA, a mais esplendorosa expressão da Divindade na já apresentada na Face da Terra!

 

Texto recebido pela internet